Belo Horizonte, 18 de junho de 2025 — No universo da estética corporal, por muito tempo existiu um dilema para um grupo específico de pacientes: aqueles que não se sentiam satisfeitos com seu contorno, mas que se encontravam em um limbo. Não possuíam gordura suficiente para justificar uma grande lipoaspiração, nem flacidez tão severa que indicasse uma cirurgia de lifting, como a abdominoplastia ou a braquioplastia, com suas cicatrizes extensas. Para esse público, as opções eram limitadas. Hoje, a tecnologia médica avança para preencher exatamente essa lacuna, e em Belo Horizonte, um nome tem se destacado: BodyTite.
Este procedimento minimamente invasivo, que utiliza a radiofrequência para tratar simultaneamente a gordura localizada e a flacidez da pele, está mudando os paradigmas do contorno corporal. Para entender a ciência, as indicações e o real alcance dessa tecnologia, conversamos com a Dra. Adriana Lembi, cirurgiã plástica e uma das especialistas que trabalham com a técnica na capital mineira. “O BodyTite nos permitiu oferecer uma solução eficaz para queixas que antes eram de difícil resolução. Conseguimos tratar a flacidez de pele com um nível de retração que era impensável sem remover o tecido cirurgicamente”, explica a médica, sinalizando o início de uma nova era no tratamento corporal.
O Que é o BodyTite?
Para o leigo, o termo “radiofrequência” pode soar abstrato. Na prática clínica, no entanto, é uma forma de energia controlada com precisão para gerar calor e estimular reações biológicas no tecido. O BodyTite eleva esse conceito a um novo patamar de eficiência e segurança.
O segredo do BodyTite está em seu design único. O aparelho possui um aplicador com duas pontas (eletrodos), que trabalham em conjunto. A Dra. Adriana Lembi descomplica o mecanismo: “Imagine uma ponte de energia. Um eletrodo, que é uma cânula muito fina, é inserido sob a pele, na camada de gordura. O outro eletrodo, externo, desliza sobre a superfície da pele. A energia de radiofrequência flui de forma controlada entre os dois.”
Essa arquitetura permite uma ação dupla e simultânea:
- Liquefação da gordura (Lipólise): O calor gerado pela cânula interna aquece e derrete as células de gordura, facilitando sua remoção por aspiração ou sua absorção pelo próprio organismo.
- Retração da Pele: O aquecimento controlado atinge não apenas a derme, mas também os septos fibrosos que conectam a pele à musculatura. “Esse aquecimento profundo causa uma contração imediata das fibras de colágeno e, mais importante, estimula o corpo a produzir um novo colágeno nos meses seguintes. É como ‘encolher’ a pele de dentro para fora, resultando em uma firmeza notável”, detalha a cirurgiã.
Segurança em Primeiro Lugar: O Controle Preciso de Temperatura
A principal preocupação com qualquer procedimento baseado em calor é o risco de queimaduras. O BodyTite foi projetado com múltiplos sistemas de segurança para mitigar esse risco.
“A tecnologia é impressionante nesse quesito”, afirma Dra. Lembi. “O aparelho monitora a temperatura da pele e da cânula interna em tempo real, milhares de vezes por segundo. Se a temperatura atinge o limite de segurança pré-estabelecido, o fornecimento de energia é automaticamente interrompido. Além disso, há um feedback sonoro que nos informa constantemente sobre o aquecimento. Isso nos dá um controle absoluto sobre o procedimento, garantindo que o calor seja entregue de forma eficaz para o tratamento, mas sem nunca ultrapassar o limiar da segurança.”
O Candidato Ideal: Para Quem o BodyTite é Indicado?
A eficácia de qualquer procedimento médico depende de uma indicação correta. O BodyTite não é uma solução universal, mas sim uma ferramenta específica para um perfil de paciente bem definido.
O “Meio-Termo” da Cirurgia Plástica: Tratando a Flacidez Moderada
O BodyTite brilha ao tratar pacientes com flacidez de pele de grau leve a moderado, associada a pequenos ou médios depósitos de gordura.
“É o tratamento perfeito para aquele ‘meio-termo'”, explica Dra. Lembi. “Pense na mulher que já teve filhos, está em seu peso ideal, mas a pele da barriga perdeu a firmeza e tem uma ‘pochete’ que a incomoda. Ela não precisa de uma abdominoplastia completa. O BodyTite pode remover essa gordura e promover uma retração de pele significativa. O mesmo se aplica à flacidez nos braços, o famoso ‘músculo do tchau’, à parte interna das coxas, joelhos e até mesmo à papada, onde usamos um aplicador menor chamado FaceTite.”
BodyTite vs. Lipoaspiração vs. Cirurgias de Lifting: Entendendo as Diferenças
O BodyTite (BT), apesar de muitas vezes ser apresentado como uma alternativa, não é um concorrente da lipoaspiração. Na verdade, ele é uma tecnologia que complementa o procedimento, sendo quase sempre realizado durante o mesmo ato cirúrgico.
A principal indicação do BodyTite é aumentar a retração da pele em até 40% em comparação com a lipoaspiração convencional. No processo de lipoaspiração, após a diminuição do volume de gordura, a pele precisa se reacomodar ao novo contorno através de sua capacidade de retração. Essa capacidade, no entanto, é limitada e depende diretamente da qualidade da pele (peles que já possuem alguma flacidez, por exemplo, terão uma capacidade de retração diminuída).
Nesse contexto, o BodyTite é indicado para:
- Ampliar as indicações de lipoaspiração para pacientes com flacidez de pele inicial.
- Melhorar os resultados da lipoaspiração, diminuindo a chance de sobras de pele.
- Tratar a flacidez em pacientes magros que não têm indicação de lipoaspiração, mas se incomodam com a falta de firmeza da pele.
A Jornada do Paciente: Da Consulta à Recuperação em Belo Horizonte
A experiência do paciente com o BodyTite é notavelmente diferente da de uma cirurgia plástica convencional, sendo um de seus grandes atrativos.
O Procedimento: Minimamente Invasivo e com Recuperação Otimizada
O BodyTite é considerado um procedimento minimamente invasivo. “Ele é realizado em ambiente hospitalar, por segurança, mas geralmente sob anestesia local com sedação. As incisões para a passagem da cânula são mínimas, com cerca de 3 a 4 milímetros, similares às de uma lipoaspiração”, descreve a médica.
A recuperação é um dos seus maiores diferenciais. “Como o trauma aos tecidos é menor e o sangramento é mínimo, o pós-operatório é mais tranquilo. O paciente usa uma malha de compressão, como na lipo, mas o tempo de afastamento das atividades é consideravelmente menor. Dependendo da área tratada e da atividade profissional, muitos retornam ao trabalho em menos de uma semana”, afirma.
O Efeito Duplo: Resultados Imediatos e a Melhora Progressiva
Os resultados do BodyTite se manifestam em duas fases, um fenômeno que precisa ser bem compreendido pelos pacientes.
“Há um resultado imediato de contorno, decorrente da gordura que é removida. O paciente já percebe uma melhora na forma logo após o inchaço inicial diminuir”, explica Dra. Lembi. “Mas o grande trunfo do BodyTite, que é a retração da pele, é um processo biológico. A contração inicial é visível, mas o resultado final da firmeza da pele continua a melhorar progressivamente por um período de três a seis meses, podendo se estender por até um ano. É o que chamamos de ‘o resultado que continua melhorando’, à medida que o corpo produz um novo e mais forte colágeno.”
O investimento na tecnologia, segundo a especialista, reflete não só o custo do aparelho e dos seus aplicadores descartáveis, mas também a curva de aprendizado e a expertise necessárias para entregar resultados consistentes e seguros. Olhando para o futuro, Dra. Lembi acredita que a tendência é clara: “A medicina caminha para soluções cada vez mais eficazes e menos invasivas. O BodyTite é um exemplo perfeito dessa evolução, permitindo-nos personalizar tratamentos e alinhar, com uma precisão sem precedentes, a imagem que o paciente de Belo Horizonte tem de si mesmo com a que ele vê no espelho.”